Período Regencial no Brasil: Como realmente foi ?
- Prof Matheus Alves
- há 3 dias
- 4 min de leitura

Período Regencial no Brasil: Como realmente foi ?
O Período Regencial começou em 1831 com a abdicação de Dom Pedro I e a ascensão de seu filho, Dom Pedro II, ao trono, ainda criança. Devido à sua idade, um grupo de regentes governou em seu nome. Durante esse tempo, o Brasil enfrentou desafios para consolidar a independência e estabelecer um governo forte, o que resultou em uma série de rebeliões e disputas regionais.
As Características da Regência no Brasil
Durante o Período Regencial, o Brasil foi governado por três formas de regência: a Regência Trina Provisória, a Regência Trina Permanente e a Regência Una. Cada uma delas teve um papel importante nas reformas e nas tensões internas, como:
A Regência Trina Provisória (1831-1834) foi a primeira fase e visava estabelecer um governo provisório após a abdicação de Dom Pedro I.
A Regência Trina Permanente (1834-1837) foi marcada pela tentativa de descentralizar o poder, por meio do Ato Adicional de 1834, que deu mais autonomia às províncias.
A Regência Una (1837-1840), com Feijó, consolidou o poder central e tentou controlar as revoltas provinciais.
O Ato Adicional de 1834 e a Descentralização do Poder
Em 1834, foi promulgado o Ato Adicional, uma das reformas mais importantes do período, com o objetivo de descentralizar o poder e conceder mais autonomia às províncias. Ele criou Assembleias Legislativas Provinciais e deu mais poderes aos presidentes de província, ainda que a nomeação continuasse a ser feita pelo Imperador. Essa reforma gerou tensões, pois muitas províncias começaram a buscar maior independência.
Segundo o historiador Bóris Fausto (2006, p. 165), apesar da autonomia concedida, as elites provinciais passaram a utilizar o poder para consolidar o domínio local, o que gerou uma série de rebeliões e conflitos em diversas regiões.
As Revoltas Provinciais no Período Regencial
Durante o Período Regencial, diversas rebeliões populares e conflitos provinciais ocorreram, sendo as mais significativas:
Cabanagem (1835-1840): Uma revolta popular no Pará, que teve forte apoio das classes baixas.
Sabinada (1837): Revolta na Bahia, com o objetivo de criar uma república independente.
Balaiada (1838-1841): Revolta no Maranhão, liderada por camponeses, contra as elites locais.
Farroupilha (1835-1845): Revolta no Rio Grande do Sul, com a intenção de criar uma república autônoma.
Essas revoltas refletiam o descontentamento das elites provinciais e das camadas populares com a centralização do poder e com a falta de representatividade.
O Fim do Período Regencial e a Maioridade de Dom Pedro II

O Período Regencial chegou ao fim em 1840, quando, diante da crise política e das rebeliões, foi proclamada a maioridade de Dom Pedro II, que assumiu o trono aos 14 anos, pondo fim ao governo dos regentes e restaurando a centralização do poder. Essa decisão foi fundamental para a consolidação do Brasil Império e o fim das tensões regionais.
Conclusão: O Legado do Período Regencial para o Brasil
O Período Regencial foi um marco na história do Brasil, pois representou o início da construção de uma nação independente, mas ainda em processo de consolidação política. As reformas, as revoltas provinciais e as disputas entre centralização e autonomia continuam a influenciar a política brasileira até os dias de hoje. Período Regencial no Brasil: como foi realmente?
O país aprendeu, com o tempo, a encontrar um equilíbrio entre governo central e autonomia regional, algo que ainda é debatido nas questões políticas atuais.
QUESTÕES PARA O ENEM E CONCURSO SOBRE O PERIODO REGENCIAL
1) Sobre o Ato Adicional (1834), assinale a alternativa correta:
a) O Ato Adicional foi um conjunto de propostas criado pelo Partido Conservador que visava descentralizar as decisões políticas no Brasil, gerando maior autonomia para as províncias.
b) O Ato Adicional foi o momento onde, por conta das diversas revoltas que estavam acontecendo no país após a abdicação de D. Pedro I, os políticos liberais entenderam ser melhor votar pelo retorno de um imperador para o país, solicitando um novo processo de colonização para os portugueses.
c) Entre as principais mudanças propostas pelo Ato Adicional, estava a mudança do modelo de regência, de Una para Trina. Portanto, com o Ato Adicional, o Brasil deixou de ter um regente apenas e passou a ter três.
d) Boa parte da autonomia que as províncias passaram a ter através do Ato Adicional de 1834 foi retirada na regência de Araújo Lima, do Partido Conservador, através da Lei Interpretativa do Ato Adicional, em 1840.
e) Diogo Feijó, membro do Partido Conservador, foi um grande defensor de criar autonomia para que as províncias pudessem tomar decisões importantes internamente. Isso porque, considerando o tamanho do Brasil, essa autonomia agilizaria processos e consequentemente auxiliaria a população, pois assim seus governantes poderiam ser mais assertivos de maneira mais rápida e eficaz.
Gabarito: d
Muita da autonomia conquistada entre o governo Trino, que o Ato Adicional proporcionou,
foi perdida com a lei Interpretativa do Ato Adicional, em 1840.
2) O Período Regencial recebeu esse nome porque:
a) Foi um momento da história do Brasil onde, mesmo com D. Pedro I no comando, o país estava nas mãos dos juízes.
b) Nesse período a população tinha voz ativa nas decisões a serem tomadas.
c) O país estava sem imperador e foi comandado por regentes, até que o filho de D. Pedro I pudesse assumir o cargo.
d) O então imperador do Brasil, D. Pedro I, se mudou para Portugal para comandar o Brasil de lá.
e) Nenhuma das anteriores.
Gabarito: C
O país estava sem imperador e foi comandado por regentes pelo fato da menor idade de Dom Pedro II
Comentários